CELEBRAÇÃO NA TELONA.
CELEBRAÇÃO NA TELONA.
Flávio dos Anjos.
Por algumas horas, gigantes, voltaram a caminhar sobre a Terra. "Celebration day" exibido apenas ontem em uma sala de cinema aqui em Natal, mostra o show protagonizado pelo Led Zeppelin, realizado em homenagem a Ahmet Ertegun, criador da Atlantic Records, no ano de 2008. Filmado em Londres, na O2, mostra que o quarteto (mesmo desfalcado de seu incrível baterista) pode nos surpreender com versões arrasadoras de ´clássicos como "Rock and roll", "Whole lotta love", Nobody's fault but mine", "No quarter", "Black dog", "The song remains the same", "Good times, bad times", "Dazed and confused", ""Kashmir", "Since i've been loving you".
Jovens que provavelmente não eram nascidos quando o Zep dominava a Terra (durante pelo menos dez anos) curtiam empolgados, apaludindo os números, alguns dançando como se estivessem assistindo o show ao vivo. Mesmo nos números menos conhecidos, provavelmente inesperados para fãs e não fãs, a platéia manteve a vibração, assim como a platéia do show, visivelmente envolvida, emocionada, entregue ao bombardeio de riffs e solos de Page, aos vocais de Plant, aos acordes fantásticos do baixo e do teclado de Jones, enquanto que Jason, filho de John Bonham (o maior baterista do rock) fazia o palco tremer com sua batidas firme e suas viradas.
Indiscutivelmente, a velha magia não abandonou a banda, e toda a mística e complexidade do seu som está em sua mais emblemática canção, aquela que reúne lirismo e peso, interpretada de forma aparentemente desapaixonada por Plant (única exceção, na noite em que Plant cantou de forma magistral, como sempre), mas enriquecida pelo solo de Page (da forma como foi gravado em estúdio, com pequenas diferenças, rompendo um paradigma, já que normalmente Page improvisava no solo, ao vivo).
O show serviu não apenas para homenagear Ahmet, tão querido pelos membros do Zep, dos Rollling Stones, do Cream, de Ray Charles e muitos outros, descobertos ou incentivados por ele. Serviu também para demonstrar que ao vivo o Led Zeppelin era imbatível nos anos 70, e que muito daquela energia não se perdeu, passados mais de 40 anos de sua estréia, em 1968. Um show inesquecível. Ahmet teria gostado de ouvir; Bonzo (como Bonham era chamado pelos outros membros da banda) teria se orgulhado do seu filho nas baquetas. Saí maravilhado do cinema, assim como saí em 1977, depois de assistir, também em sessão única, ao injustiçado "The song remains the same", no Brasil intitulado "Rock é rock mesmo".
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