PEIXE DE PEIXES.
Mais uma vez, distante de Natal,
experimentando a dolorosa e necessária condição exílica.
Na distância, envolvido por um
clima frio gostoso (longe do calor infernal de Natal, do qual não sinto
saudade), experimento as sensações provocadas pela saudade, mas sem tristeza.
Estou no lugar certo, no momento certo. Mas não consigo esquecer os versos de
canções que falam da saudade, canções que sempre gostei de tocar, como "
500 Miles", "London,
London" e "Coqueiros", apenas para citar algumas. Os
versos de "Estrada nova", de Osvaldo Montenegro não me saem da mente:
"lembra se puder, se não der esqueça,
de algum jeito vai passar". Tudo passa. Algumas coisas passam com
mais dificuldade, pois algumas dores são
curadas de forma mais demorada, mas tudo
passa, pois há tempo para todas as coisas debaixo do céu.
Inspirados pelo que diz o
Eclesiastes, precisamos entender que há um tempo para plantar, e também um tempo para a colheita do que foi
plantado. É assim que encaro esse
momento, enquanto colho o que plantei de bom e o que plantei de ruim. A
colheita é sempre justa.
Confronto a saudade com a mesma
postura que enfrentei o medo de partir: com coragem e firmeza. Muitas vezes,
precisamos encarar com firmeza as mudanças e os desafios.
O novo assusta, mas nada que não
possa ser resolvido, quando trabalhamos em nós uma ideia: cada dia com o
seu mal. Não há como esquecer as
palavras transmitidas a Chico Xavier por Emmanuel, na obra "Pão
nosso": "recorda a importância do tempo que se chama hoje. "
Não devemos olhar para o passado com raiva, mas com os olhos de
quem deseja aprender com os erros cometidos. Estamos em uma longa jornada. O
aprendizado deve ser constante, diário, eterno,
pois somos espíritos imortais. Vivemos para aprender. Evoluir, sempre, essa é a
lei, no há como negar isso. O medo, porém,
nos engana, nos limita, nos coloca correntes, com as quais acabamos nos
acostumando. Quando decidimos romper os grilhões, é sempre difícil. Vencer os medos é
fundamental. Deixar para trás qualquer
vestígio de hesitação é primordial para o nosso aprimoramento. Mas não é fácil.
Não tive como me despedir de
todos aqueles com quem pretendia estar.
Essa mensagem é uma forma de dizer que sentirei falta, mas, também,
que acredito cegamente que o futuro nos reservará bons momentos juntos.
Consciente ou
inconscientemente, não trouxe o meu
violão. Assim, posso focar a minha
atenção nos meus objetivos diretos, e guardar a minha inspiração musical para o
próximo ENCONTRO DOS ANJOS, queridos Hélio Souza, Hélio Rodrigues dos Anjos,
Fátima Rodrigues dos Anjos Melo, Ariane Anjos,
Ariadne Dos Anjos, Jandira Dos Anjos, Monaliza dos Anjos Alencar...
Como disse o eterno Beatle George
Harrison, em uma das suas últimas canções lançadas, PISCES FISH:
"sou um peixe de Peixes e um rio corre através da minha alma."
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